Descubra se realmente vale a pena fazer a cirurgia bariátrica

Dra. Beatriz Azevedo • 25 de janeiro de 2019

A obesidade é uma doença crônica que, na maioria das vezes, ocorre quando o consumo de calorias é maior do que o gasto energético correspondente. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o 2º país que mais realiza cirurgias bariátricas no mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. Mas será que vale a pena fazer a cirurgia bariátrica?



Para se ter uma ideia do quanto a obesidade avançou no país, o Ministério da Saúde divulgou, em junho de 2018, uma pesquisa realizada pelo Vigitel a qual, dentre outros fatores, apontou que entre os jovens (18 a 24 anos) a obesidade cresceu 110% nos últimos 10 anos, enquanto nas outras faixas etárias o aumento foi de 60%. No total, 18,9% da população é obesa e 54% está acima do peso.


Atualmente, muitas pessoas, que já tentaram vários métodos para emagrecer e não conseguiram, optam por operar, mas é importante que cada um veja se, no seu caso, vale a pena fazer a cirurgia bariátrica.


O que é cirurgia bariátrica?

Também chamada de gastroplastia e cirurgia de redução de estômago, a cirurgia bariátrica é todo procedimento cirúrgico realizado no trato digestivo com a finalidade de perda de peso e correção de distúrbios metabólicos (doenças). Existem 3 conceitos principais em cirurgias bariátricas:


  • Cirurgias restritivas: diminuem o tamanho do estômago. Reduz consideravelmente seu espaço de armazenamento.
  • Cirurgias disabsortivas: reduzem a capacidade do intestino de absorver os nutrientes a partir de um desvio desse órgão.
  • Cirurgias mistas: combinam os dois métodos (redução de estômago e desvio intestinal).


Quais são os benefícios?

Além da melhoria de qualidade de vida e da perda significativa de peso, a cirurgia bariátrica traz uma série de benefícios. Alguns deles são:

  • Auxílio no controle e na melhora de mais de 30 doenças relacionadas à obesidade (hipertensão, diabetes, apneia do sono, esteatose hepática, hipercolesterolemia, entre outras);
  • Redução do risco de desenvolvimento de doença arterial coronariana;
  • Diminuição da ocorrência de apneia do sono;
  • Auxílio no combate a diabetes;
  • Redução de risco de mortalidade cardiovascular;
  • Alívio de dores articulares, o que proporciona maior mobilidade física;
  • Diminuição de problemas causados pela incontinência urinária nas mulheres;
  • Viabilização de mudança de hábitos (por meio de alimentação saudável e exercícios físicos regulares);
  • Aumento da perspectiva de vida (por trazer melhorias à saúde geral do paciente);
  • Diminuição do risco de depressão;
  • Melhoria da autoestima e da interação social;
  • Aumento de fertilidade, tanto masculina quanto feminina;


Há riscos?

Assim como quaisquer procedimentos cirúrgicos, na bariátrica também é possível ter complicações capazes de levar o paciente a óbito.


Entretanto, trata-se de um risco baixíssimo (0,2% a 0,5%, que representa 2 a 5 mortes entre 1000 cirurgias), que se torna ainda menor quando o paciente passa por acompanhamento de uma equipe multidisciplinar.


Veja aqui alguns dos principais riscos da cirurgia bariátrica:

  • Hemorragias (sangramento interno);
  • Embolia pulmonar;
  • Perfurações;
  • Infecções;
  • Fístula;
  • Vômitos


A longo prazo, alguns pacientes podem apresentar alguns sintomas, como:

  • Anemia;
  • Carência de vitaminas B12;
  • Deficiência de ácido fólico e cálcio;
  • Desnutrição;
  • Cálculos biliares
  • Distúrbios gastrointestinais;
  • Síndrome de dumping.


Apesar de todos os riscos citados acima, é importante reforçar que nem todos os operados desenvolvem esses sintomas. A maioria dos pacientes se adapta muito bem ao novo estilo de vida.


Se você está acima do peso e quer saber se, no seu caso, vale a pena fazer a cirurgia bariátrica procure um médico especialista antes de tomar sua decisão.


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Artigo escrito por

Dra. Beatriz Azevedo

Cirurgia do Digestiva e Coloproctologia


A Dra. Beatriz Azevedo é Cirurgiã do Aparelho Digestivo e Coloproctologista, formada pela UNESP e com especialização no Hospital das Clínicas da USP. Atua no corpo clínico do Hospital Vila Santa Catarina (Albert Einstein), unindo técnica avançada e atendimento humanizado para oferecer o melhor cuidado aos pacientes.

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