O que você precisa saber sobre a cirurgia de colelitíase

Beatriz Azevedo • 10 de setembro de 2025

A cirurgia de colelitíase, ou remoção de pedras na vesícula, é um procedimento comum realizado para tratar a presença de cálculos biliares que causam dor ou complicações. Esses cálculos podem bloquear o fluxo da bile dentro da vesícula e provocar crises dolorosas, inflamações ou infecções.


Neste artigo, abordaremos o que é a
cirurgia de colelitíase, quando ela é indicada, os tipos de técnicas disponíveis, como é a recuperação e os cuidados necessários para garantir bons resultados. Continue lendo e saiba mais!


O que é a colelitíase?


A colelitíase é uma condição caracterizada pela
formação de cálculos biliares na vesícula, um órgão pequeno situado abaixo do fígado, cuja função é armazenar o excedente de bile, um fluido essencial na digestão de gorduras.


Esses cálculos
podem bloquear a saída da vesícula, causando sintomas como dor abdominal intensa, náuseas e febre. Em casos recorrentes ou quando surgem complicações, como inflamações e infecções, a cirurgia pode ser necessária para prevenir o agravamento do quadro e garantir o bem-estar do paciente.


Quando a cirurgia de colelitíase é indicada?


A cirurgia é recomendada nos casos em que os cálculos biliares provocam:


  • Cólica biliar: Dor abdominal intensa e súbita.
  • Colecistite: Inflamação da vesícula biliar.
  • Icterícia: Bloqueio das vias biliares, causando amarelamento da pele e dos olhos.
  • Pancreatite: Inflamação do pâncreas devido à obstrução do fluxo de bile.


Além dessas situações, a cirurgia também está indicada para pacientes assintomáticos e jovens para se evitar o risco de complicações ao longo da vida já que o procedimento tem baixa complexidade. 


Técnicas utilizadas na cirurgia de colelitíase


Colecistectomia Laparoscópica


A colecistectomia laparoscópica é o método mais utilizado por ser
minimamente invasivo. Durante o procedimento, o cirurgião realiza pequenas incisões no abdômen, através das quais é inserida uma câmera que permite a visualização da vesícula e o uso de instrumentos para removê-la de forma precisa.


Vantagens da Laparoscopia


  • Alta hospitalar no mesmo dia ou em até 24 horas.
  • As incisões pequenas deixam cicatrizes menos visíveis.
  • A técnica minimiza a exposição interna e acelera a cicatrização, resultando em menor risco de infecções.
  • Comparada à cirurgia aberta, a laparoscopia tende a proporcionar um pós-operatório com menos dor.


Este procedimento é preferido na maioria dos casos, e possibilita ao paciente um retorno mais rápido às atividades habituais.


Colecistectomia Aberta


A colecistectomia aberta é uma abordagem mais tradicional e
indicada quando houve falha na abordagem laparoscópica ou quando não há material disponível ou cirurgião habilitado em laparoscopia. Nessa técnica, é feita uma incisão maior no abdômen para permitir a remoção direta da vesícula. 


Desvantagens da Cirurgia Aberta


  • O paciente pode precisar permanecer internado por 3 a 5 dias e repousar por 4 a 6 semanas.
  • Há um risco maior de infecções e hematomas devido à maior abertura abdominal.
  • A incisão extensa resulta em uma cicatriz mais evidente.


Embora essa técnica apresente desafios, ela
é essencial em cenários críticos, garantindo a segurança do paciente em casos de maior gravidade ou complicações intraoperatórias.


Como é o pós-operatório da cirurgia de colelitíase?


A recuperação após a cirurgia de colelitíase
depende diretamente da técnica empregada, sendo a laparoscopia a mais recomendada e com menos prejuizos ao paciente. Além disso, cuidados com a alimentação e manejo da dor são fundamentais para garantir uma recuperação tranquila e prevenir complicações.


Pós-operatório da Colecistectomia Laparoscópica


Alta hospitalar:
Normalmente em 24 horas, podendo se estender até 2 dias, dependendo do quadro clínico.


Retorno às atividades leves:
Em torno de 7 dias, com possibilidade de retomada gradual das atividades normais após 2 a 3 semanas.


Cuidados pós-operatórios:
É importante evitar levantar peso por pelo menos 4 semanas e seguir uma dieta leve nos primeiros dias para minimizar desconforto gastrointestinal.


Esse procedimento geralmente apresenta um pós-operatório mais confortável, com dor controlada por
analgésicos leves e retorno rápido à rotina.


Pós-operatório da Colecistectomia Aberta


Internação hospitalar:
Pode durar de 3 a 5 dias, especialmente em casos de inflamações graves ou complicações.


Período de repouso:
Repouso absoluto nas primeiras semanas, com retorno gradual às atividades normais entre 4 e 6 semanas.


Cuidado com a incisão:
Manter a área limpa e seca para evitar infecções e trocar os curativos conforme orientação médica.


Esse método
requer um cuidado mais intensivo no pós-operatório devido ao risco de complicações e maior tempo de cicatrização, com acompanhamento mais próximo da equipe médica.


Cuidados gerais para ambos os procedimentos


Seguir uma
dieta balanceada e evitar alimentos gordurosos nas primeiras semanas para evitar desconfortos digestivos.


Medicamentos
analgésicos são prescritos conforme necessário, e a atividade física leve, como caminhadas curtas, pode ajudar a melhorar o bem-estar e prevenir tromboses.


Manter as incisões sempre
limpas e secas é importante para evitar infecções. Siga as orientações médicas para troca de curativos e fique atento a sinais de vermelhidão, inchaço ou secreção.


Além disso, é essencial ir às
consultas regulares no período de recuperação, pois elas garantem a identificação precoce de possíveis complicações, como infecções ou hematomas.


Independentemente da técnica cirúrgica,
seguir as recomendações médicas e respeitar o tempo de recuperação são passos fundamentais para garantir uma recuperação completa e segura.


Quais são as possíveis complicações da cirurgia de colelitíase?


Embora a cirurgia de colelitíase seja considerada segura, complicações podem ocorrer em alguns casos. Entre elas estão
infecções nas incisões, hematomas ou seromas, que são acúmulos de sangue ou líquido na área operada, e, em situações mais complexas, lesões nas vias biliares.


Além disso, alguns pacientes podem apresentar
diarreia crônica ou dificuldade na digestão de gorduras após a remoção da vesícula. A identificação precoce de sintomas como dor intensa, febre ou inchaço anormal é fundamental, assim como o acompanhamento médico regular, para prevenir e tratar possíveis complicações de forma adequada.


Quem não deve realizar a cirurgia de colelitíase?


Embora a cirurgia de colelitíase seja segura, em algumas situações ela pode não ser recomendada.


Pacientes com
condições médicas graves e descompensadas devem ser avaliados cuidadosamente antes de considerar o procedimento se estiverem assintomáticos. Gestantes no primeiro e terceiro trimestres geralmente não são indicadas para a cirurgia, a menos que haja uma emergência que coloque em risco a saúde da mãe ou do bebê.


Perguntas relacionadas


  • Como é feita a cirurgia de colelitíase?

    A cirurgia de colelitíase, conhecida como colecistectomia, pode ser realizada por laparoscopia (minimamente invasiva) ou por cirurgia aberta, envolvendo a remoção completa da vesícula biliar.


  • Quando a cirurgia de colelitíase é indicada?

    É indicada quando os cálculos biliares provocam dor intensa (cólica biliar), inflamação da vesícula (colecistite) ou complicações como pancreatite e obstrução das vias biliares.


  • A cirurgia de colelitíase é segura?

    Sim, é considerada segura e eficaz, especialmente quando realizada por laparoscopia. No entanto, como qualquer cirurgia, há riscos de complicações, como infecções e sangramentos.


  • A cirurgia de colelitíase doi?

    Durante o procedimento, o paciente não sente dor devido à anestesia. No pós-operatório, pode haver desconforto leve a moderado, tratado com analgésicos prescritos pelo médico.


  • Quais são as complicações da colelitíase?

    As complicações incluem inflamação da vesícula (colecistite), pancreatite, infecção e obstrução das vias biliares, podendo causar dor intensa, febre e icterícia.


  • A remoção da vesícula interfere na digestão?

    Não. A bile continua sendo produzida normalmente pelo fígado e liberada no intestino. A remoção da vesicula pode causar inicialmente diarreia quando há ingestão de grande quantidade de gordura nos primeiros meses de pós-operatório. 

  • Quem não deve fazer a cirurgia de colelitíase?

    Pacientes com condições médicas graves e descompensadas, gestantes no primeiro e terceiro trimestres e pessoas com cálculos assintomáticos sem risco imediato de complicações.


  • Quanto tempo dura a cirurgia de colelitíase?

    A laparoscopia normalmente dura entre 45 minutos e 1 hora, enquanto a cirurgia aberta pode levar de 1 a 2 horas, dependendo da complexidade.

  • Como a ausência da vesícula afeta a absorção de vitaminas e nutrientes?

    Mesmo sem a vesícula a bile continua a ser liberada constantemente no intestino o que é suficiente para a absorção correta de vitaminas


  • O que fazer se surgirem sintomas de "síndrome pós-colecistectomia"?

    A síndrome pós-colecistectomia é uma condição em que o paciente pode continuar a sentir dor abdominal ou desconforto digestivo após a remoção da vesícula. Consultar um médico para orientação é essencial.


  • Qual é a frequência de recorrência de sintomas biliares após a cirurgia?

    Em alguns casos, os sintomas de cólica biliar podem continuar mesmo sem a vesícula. Isso pode estar relacionado a cálculos remanescentes nas vias biliares.


  • A cirurgia de colelitíase pode impactar outras condições digestivas?

    Sim, pacientes com condições como refluxo gastroesofágico ou síndrome do intestino irritável podem notar mudanças após a remoção da vesícula, positivas ou negativas.


  • Quais exames de acompanhamento são necessários após a colecistectomia?

    Não há necessidade de acompanhamento de exames após a colecistectomia. 



Cirurgia digestiva e coloproctologia | Dra. Beatriz Azevedo


A cirurgia de colelitíase é uma solução eficaz para
eliminar crises dolorosas e prevenir complicações graves causadas por cálculos biliares. Escolher o momento certo e seguir as orientações médicas no pós-operatório são fundamentais para garantir uma recuperação rápida e segura. Se você está considerando a cirurgia ou apresenta sintomas, consulte um especialista para avaliação personalizada.


Se você está em busca de um médico com experiência no aparelho digestivo, convidamos a conhecer a
Dra. Beatriz Azevedo, médica Cirurgiã do aparelho digestivo e coloproctologista pela USP. Continue aprendendo mais em nossa central educativa.


Lembre-se:
a escolha do especialista certo é uma parte crucial do seu tratamento. Conte com a Dra. Beatriz para ajudá-lo nessa jornada.

Entre em contato neste link e agende uma consulta!

Artigo escrito por

Dra. Beatriz Azevedo

Cirurgia do Digestiva e Coloproctologia


A Dra. Beatriz Azevedo é Cirurgiã do Aparelho Digestivo e Coloproctologista, formada pela UNESP e com especialização no Hospital das Clínicas da USP. Atua no corpo clínico do Hospital Vila Santa Catarina (Albert Einstein), unindo técnica avançada e atendimento humanizado para oferecer o melhor cuidado aos pacientes.

Agende uma consulta

Continue aprendendo

Confira mais artigos

abscesso anorretal
Por Beatriz Azevedo 3 de setembro de 2025
Abscesso anorretal: Como identificar os sinais e quais são os tratamentos mais indicados para evitar complicações e promover a recuperação.
obstrução intestinal
Por Beatriz Azevedo 23 de julho de 2025
Descubra os sinais ocultos da obstrução intestinal e saiba quando procurar ajuda médica para evitar complicações graves e garantir um tratamento eficaz.
hérnia umbilical na gravidez
Por Dra. Beatriz Azevedo 12 de maio de 2025
Entenda sobre hérnia umbilical na gravidez, seus riscos, sintomas e se é seguro operar durante a gestação. Saiba mais para uma gravidez mais tranquila.