Hérnia umbilical na gravidez: É seguro operar?

Dra. Beatriz Azevedo • 12 de maio de 2025

A gravidez é um período de mudanças significativas no corpo da mulher, e algumas dessas mudanças podem incluir o desenvolvimento de uma hérnia umbilical. Esta condição pode causar preocupação para as futuras mamães, especialmente quando se trata da segurança de uma possível cirurgia durante a gestação.


Neste artigo, exploraremos a hérnia umbilical na gravidez, seus sintomas, tratamentos e se é seguro operar durante esse período.
Continue a leitura.


O que é a hérnia umbilical na gravidez?


A hérnia umbilical ocorre quando parte do tecido abdominal ou do intestino protruí através de uma
abertura ou área enfraquecida na parede abdominal próxima ao umbigo. Essa fraqueza pode ser congênita ou adquirida ao longo da vida, especialmente após cirurgias abdominais ou condições que aumentem a pressão intra-abdominal.


Durante a gravidez, o crescimento do útero e o consequente aumento da pressão dentro do abdômen podem agravar essa vulnerabilidade, favorecendo o desenvolvimento ou a piora de uma hérnia umbilical. Esse aumento da pressão pode
empurrar o conteúdo abdominal para fora através do ponto fraco, resultando em uma protuberância visível na região umbilical e, em alguns casos, causando desconforto ou dor.


A hérnia umbilical na gravidez
não é incomum e pode variar em gravidade.


Quais são os sintomas?


Os sintomas de uma hérnia umbilical durante a gravidez podem variar em intensidade e gravidade. É importante estar atenta a qualquer sinal que possa indicar a presença dessa condição. Os sintomas mais comuns incluem:


Protuberância visível ou nódulo próximo ao umbigo:
Um dos sinais mais evidentes de hérnia umbilical é a presença de uma protuberância ou nódulo na região do umbigo. Esta protuberância pode aumentar de tamanho ao longo do dia, especialmente após atividades que aumentam a pressão abdominal, como levantar objetos, tossir ou fazer esforços físicos.


Dor ou desconforto:
Muitas mulheres grávidas com hérnia umbilical experimentam dor ou desconforto na área afetada. Esta dor pode ser contínua ou intermitente, piorando com atividades que aumentam a pressão intra-abdominal. A dor também pode ser sentida ao longo da linha média do abdômen, irradiando para áreas adjacentes.


Sensação de queimação ou pressão:
Além da dor, é comum sentir uma sensação de queimação ou pressão no local da hérnia. Esta sensação pode ser mais pronunciada ao final do dia ou após períodos prolongados de atividade.


Náusea e vômito:
Em casos mais graves, onde há encarceramento da hérnia, podem ocorrer sintomas sistêmicos como náusea e vômito, indicando a necessidade de intervenção médica urgente.


Alterações na pele:
Em alguns casos, a pele sobre a hérnia pode apresentar mudanças, como vermelhidão, inflamação ou sensibilidade aumentada. Essas alterações podem ser indicativas de complicações e devem ser avaliadas por um médico.


Estar ciente desses sintomas e
comunicá-los ao seu médico é fundamental para o diagnóstico precoce e o manejo adequado da hérnia umbilical durante a gravidez. A vigilância contínua e a abordagem proativa são fundamentais para garantir a saúde e o bem-estar tanto da mãe quanto do bebê.


Como é feito o diagnóstico de hérnia umbilical na gravidez?


O diagnóstico de hérnia umbilical durante a gravidez é geralmente realizado por meio de um
exame físico detalhado conduzido pelo médico. Durante a consulta, o médico examinará a área ao redor do umbigo, procurando por sinais visíveis de uma protuberância ou nódulo que indique a presença de uma hérnia. Este exame é importante para avaliar a localização, tamanho e características da hérnia.


Em muitos casos, o exame físico é suficiente para identificar a hérnia umbilical. No entanto, para uma avaliação mais precisa, especialmente se houver dúvidas sobre a extensão da hérnia ou a presença de complicações,
exames de imagem adicionais podem ser necessários. A ultrassonografia é frequentemente o exame de escolha, pois é segura para a mãe e o bebê e permite uma visualização clara das estruturas abdominais. A ultrassonografia pode confirmar a presença da hérnia, avaliar seu conteúdo (seja tecido adiposo, intestino ou outros órgãos) e determinar se há sinais de encarceramento ou estrangulamento.


Em casos mais complexos, especialmente se houver suspeita de complicações graves, outros exames de imagem, como a ressonância magnética (RM), podem ser utilizados. A RM oferece imagens detalhadas das estruturas abdominais sem exposição à radiação, sendo uma opção segura durante a gravidez.


A
comunicação aberta entre a paciente e o médico, juntamente com uma abordagem diagnóstica cuidadosa, são essenciais para o manejo eficaz da hérnia umbilical na gravidez.


É seguro operar durante a gravidez?


A decisão de operar uma hérnia umbilical durante a gravidez requer uma avaliação cuidadosa e detalhada pelos médicos. Em geral, a cirurgia para reparo de hérnia umbilical é considerada
mais segura no segundo trimestre da gestação. Nesse período, os órgãos do bebê já estão formados e o risco de complicações para o feto é menor em comparação com o primeiro e o terceiro trimestres.


No entanto, cada caso de hérnia umbilical é único e deve
ser avaliado individualmente, levando em conta a gravidade da condição, os sintomas apresentados pela paciente e os riscos envolvidos. Fatores como o tamanho da hérnia, a presença de encarceramento ou estrangulamento do tecido herniado e a resposta ao tratamento conservador são cruciais para a tomada de decisão.


A cirurgia só é indicada durante a gravidez em situações onde
os benefícios superam claramente os riscos, como em casos de hérnias complicadas que causam dor intensa, encarceramento, ou risco de estrangulamento, que podem representar uma ameaça significativa tanto para a mãe quanto para o bebê. Em tais casos, a intervenção cirúrgica pode ser necessária para evitar complicações graves. Nas hérnias assintomáticas e sem sinais de gravidade não há indicação cirúrgica durante a gestação.


Antes de optar pela cirurgia, a paciente deve ser informada detalhadamente sobre os potenciais riscos e benefícios, e um plano de manejo pós-operatório deve ser estabelecido para garantir a segurança e o bem-estar de ambos. A colaboração entre obstetras, cirurgiões e outros profissionais de saúde é essencial para um desfecho positivo.


Em suma, a decisão de operar uma hérnia umbilical na gravidez deve ser feita com base em uma avaliação individualizada e criteriosa, assegurando que todos os fatores sejam considerados para proporcionar
a melhor abordagem possível para a saúde da mãe e do bebê.


Como prevenir e manejar durante a gravidez?


Para reduzir o risco de desenvolver uma hérnia umbilical ou evitar a piora da condição durante a gravidez, recomenda-se um conjunto de medidas preventivas e de manejo que visam proteger a saúde da mãe e do bebê:


  • Manter um peso saudável: Ganhar peso de forma controlada durante a gravidez é essencial. Excesso de peso pode aumentar a pressão intra-abdominal além do esperado, exacerbando a fraqueza na área umbilical. É indicado seguir uma dieta equilibrada e adequada às necessidades nutricionais da gestante, evitando ganho de peso excessivo.
  • Praticar exercícios leves regularmente, com orientação médica: A atividade física moderada, como caminhadas, exercícios de fortalecimento do core e alongamentos, pode ajudar a manter a musculatura abdominal forte e flexível. No entanto, é fundamental que os exercícios sejam feitos sob orientação médica para garantir que sejam seguros para a gestante e o bebê.
  • Evitar esforços físicos exagerados e levantar objetos pesados: Atividades que aumentam significativamente a pressão intra-abdominal, como levantar pesos ou realizar movimentos bruscos, devem ser evitadas. É recomendado modificar as atividades diárias para reduzir o esforço físico e evitar posições ou movimentos que possam colocar tensão adicional na área abdominal.


Lembrando que fora indicações de outra natureza não há porque se restringir atividade física durante a gestação, somente usar as adaptações necessárias a essa fase.


Além dessas medidas, é importante o
acompanhamento pré-natal regular, permitindo que o médico monitore a condição da paciente e faça ajustes no plano de cuidado conforme necessário. Uma abordagem proativa e informada pode fazer uma grande diferença na prevenção e manejo da hérnia umbilical durante a gravidez, promovendo uma gestação mais tranquila e segura para a mãe e o bebê.


Perguntas Relacionadas


Quais os riscos de hérnia umbilical na gravidez?

Os riscos incluem dor, desconforto, encarceramento, e estrangulamento do tecido herniado, que pode levar a complicações graves e necessitar de intervenção cirúrgica urgente.


Quem tem hérnia no umbigo pode ter parto normal?

Não há contra indicações ao parti normal por conta da presença da hérnia.


O que fazer com hérnia na gravidez?

Manter um peso saudável, praticar exercícios leves, evitar levantar objetos pesados, usar suporte abdominal se indicado, e seguir o monitoramento regular com o médico.


Quando a hérnia umbilical é perigosa?

A hérnia umbilical se torna perigosa quando há sinais de encarceramento ou estrangulamento, causando dor intensa, náusea, vômito, ou alterações na pele sobre a hérnia.


É comum ter hérnia umbilical durante a gravidez?

Sim, hérnias umbilicais são bastante comuns em mulheres grávidas, afetando cerca de 1 em cada 5 mulheres. Isso ocorre porque o útero em crescimento coloca pressão na parede abdominal, enfraquecendo-a.


Como é a dor de uma hérnia umbilical?

A dor pode variar de leve a intensa, sendo geralmente localizada ao redor do umbigo, e pode ser agravada por atividades que aumentam a pressão intra-abdominal, como levantar, tossir ou fazer esforço.


É seguro operar uma hérnia umbilical durante a gravidez?

A cirurgia é geralmente evitada durante a gravidez a menos que seja absolutamente necessária. Se for indicada, o segundo trimestre é considerado o momento mais seguro para realizar o procedimento.


Quais são os riscos de não tratar uma hérnia umbilical durante a gravidez?

Não tratar uma hérnia umbilical pode levar a complicações como encarceramento ou estrangulamento do tecido herniado, causando dor intensa e risco de necrose, o que pode necessitar de intervenção urgente.


Após a gravidez, a hérnia umbilical desaparece sozinha?

Em alguns casos, a hérnia umbilical pode diminuir após o parto, mas muitas vezes persiste e pode necessitar de reparo cirúrgico para evitar complicações futuras.


Quais são os sinais de que a hérnia umbilical está se complicando?

Sinais de complicação incluem dor intensa e súbita, vermelhidão ou inchaço ao redor do umbigo, náusea, vômito, e a incapacidade de reduzir a protuberância, necessitando de atenção médica imediata.


Como monitorar a hérnia umbilical em casa durante a gravidez?

Monitore o tamanho da protuberância, observe qualquer mudança na dor ou desconforto, e fique atento a sinais de complicações, como alterações na cor da pele ou aumento súbito do volume.


A hérnia umbilical na gravidez pode voltar a aparecer no futuro?

Sim, na verdade a hérnia, por ser um orifício, não desaparece após a gestação. 


Encontre o especialista certo para o seu tratamento


A hérnia umbilical na gravidez pode ser uma condição preocupante, mas com diagnóstico adequado e manejo cuidadoso, é possível minimizar os riscos e complicações. Embora a cirurgia seja evitada sempre que possível, pode ser necessária em casos graves. O mais importante é
seguir as orientações médicas e manter um acompanhamento regular durante a gestação. Você já teve hérnia umbilical durante sua gravidez? Compartilhe conosco sua experiência.


Se você está em busca de um médico com experiência em hérnia umbilical, convidamos a conhecer a
Dra. Beatriz Azevedo, médica Cirurgiã do aparelho digestivo e coloproctologista pela USP. Continue aprendendo mais em nossa central educativa.


Lembre-se:
a escolha do especialista certo é uma parte crucial do seu tratamento. Conte com a Dra. Beatriz para ajudá-lo nessa jornada.

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